O Governo do Estado, por meio do projeto Pró-Semiárido, vem promovendo ações para o resgate, a valorização e preservação de raças e sementes tradicionais desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultoras e agricultores familiares, as Sementes Crioulas. O primeiro passo foi a realização de diagnóstico, que está subsidiando a definição de estratégia para ampliação da agrobiodiversidade do Semiárido baiano e que irá implantar campos de produção de sementes livres de agrotóxicos.
Para execução das ações, a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), executora do Pró-Semiárido, firmou convênio com as organizações sociais Serviço de Assessoria a Organizações Populares (Sasop) e a Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa da Bahia (CPC-BA) .
Na primeira etapa, por meio das oficinas de diagnóstico, foram identificados bancos, guardiães e guardiões de sementes crioulas nos municípios de Umburanas, Itiúba, Queimadas, Campo Formoso, Casa Nova, Curaçá, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Remanso e Uauá. “O passo seguinte será avaliar, de forma participativa, junto às comunidades, as estratégias para recuperação e multiplicação das espécies e variedades, para a produção dos agroecossistemas familiares”, explica Vitor Maciel, técnico do Sasop.
Nas oficinas de diagnóstico, são aplicadas metodologias que incluem a construção do Mapa da Agrobiodiversidade e analisados “o ontem, o hoje e as perspectivas de futuro” quanto à produção, resgate e ampliação das sementes crioulas e raças adaptadas de cada comunidade representada. “Tem sido um momento muito rico, por mostrar aos agricultores a grande importância da preservação da agrobiodiversidade das sementes, sobretudo por levá-los a perceber os impactos das mudanças ocorridas ao longo do tempo”, aponta Marli Fagundes, coordenadora do projeto e dirigente do MPA.
Para Carlos Henrique, subcoordenador do componente produtivo do Pró-Semiárido, o Semente Crioulas reforça as bases que norteiam o projeto, figurando como mais uma estratégia de reconexão do agricultor familiar com a natureza: “A agroecologia nos ensina que, numa perspectiva de convivência com o Semiárido, as melhores sementes são aquelas adaptadas à região. Aquelas que os agricultores conhecem e já são cultivadas por eles há muito tempo”. Nessa perspectiva, afirma Carlos Henrique, preservar as sementes crioulas é preservar a vida, o patrimônio ambiental e a memória ancestral do Semiárido para as próximas gerações.
Pulicado em: 24/04/2020 por: http://www.sdr.ba.gov.br/
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